Logo após ter sido
batizado por João no rio Jordão, Jesus passou 40 dias no deserto. Esse retiro de Jesus mostra a necessidade que
Ele teve em se preparar para a missão que O esperava. Contam os Evangelhos que no deserto Jesus era
conduzido pelo Espírito, o que quer significar que vivia em oração e
recolhimento, discernindo a vontade de Deus para Sua vida e como atuaria a
partir de então. No tempo que passou no deserto Jesus teve uma profunda
experiência de encontro com o Pai. E,
tendo vivido intensamente esse encontro, foi tentado pelo diabo.
As tentações que Jesus
viveu – e venceu! – nos são apresentadas como aquelas que também nós vivemos e
precisamos vencer. Jesus havia
experimentado o encontro com o Pai em sua totalidade, no silêncio e na solidão
do deserto. Estava, pois, cheio do
Espírito que Lhe revelava o amor incondicional do Pai e a dimensão inimaginável
do poder desse amor se o vivermos em sua plenitude.
O diabo tenta Jesus nas
coisas simples, nas vontades mais básicas: a saciedade da fome, o desejo de
poder e riqueza, no querer ser superior a tudo e a todos. Sentimentos que todos – homens e mulheres –
carregamos em nossos corações.
Sentimentos que não são ilícitos se canalizados para os seus devidos
fins, mas cuja linha que separa o bom do mau fim é tão tênue que só a vida no
Espírito é capaz de reconhecer e não nos deixar escapar.
Foi por ser plasmado no
Espírito, configurado pelo Revelador, que Jesus pode resistir às tentações que
o diabo lhe apresentou. Diabo que não é
uma figura lendária, mas o desejo que existe dentro do nosso próprio coração e
que existiu dentro do coração daquele que era Deus, mas que foi homem em
plenitude. Porém, a divindade que
existia em Jesus venceu a humanidade e conseguiu, assim, superar o Mal.
Da experiência no
deserto certamente Jesus carregou consigo a certeza de que muito facilmente o
Mal nos invade e estraga o que Deus planeja para cada um. A certeza de que Ele era apenas o Filho e não
o Pai, e que, enquanto Filho, cabia-Lhe a missão de levar o amor do Pai a cada
um de seus irmãos terrenos. A certeza de
que a vivência no Espírito é a salvação para um mundo cuja oferta de valores
diverge em muito daquilo que o Pai oferece.
A certeza de que são necessários muitos outros desertos para que se
possa tomar o distanciamento, para que se possa ver com os olhos da alma e os
olhos de Deus, para que se possa sentir o calor do Espírito no coração, para,
então, enfrentar a missão e poder ser testemunho vivo do Senhor.
Fonte: http://amaivos.uol.com.br
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