quinta-feira, 18 de junho de 2015

Papa Francisco: como não culpar Deus diante da morte de um ente querido


O Papa Francisco explicou hoje, em sua catequese aos peregrinos, como viver o luto quando se enfrenta o falecimento de alguém muito querido.

A morte faz parte da vida, disse o Papa, mas quando se dá na família, é muito difícil vê-la como algo natural. Para os pais, perder o próprio filho é algo “desolador”, que contradiz a natureza elementar das relações que dão sentido à própria família. Francisco falou de sua experiência com os fiéis que participam da missa na Casa Santa Marta quando alguns pais, ao falarem da morte do próprio filho, têm “o olhar entristecido”.

“A morte toca e quando é um filho, toca profundamente”, disse. A perda de um filho é como parar o tempo, onde passado e futuro não se distinguem mais. Toda a família fica paralisada. O mesmo acontece para o menor que fica órfão e, com sofrimento, se pergunta quando voltará seu pai ou sua mãe.

“Nesses casos, a morte é como um buraco negro que se abre na vida das famílias e à qual não podemos dar qualquer explicação.” E, às vezes, acaba-se por culpar ou negar Deus. “Eu os entendo”, disse Francisco, porque se trata de uma grande dor.  

Todavia, prosseguiu o Papa, a morte física tem “cúmplices”, que são até piores do que ela, como o ódio, a inveja, a soberba e a avareza. O pecado faz com que esta realidade seja ainda mais dolorosa e injusta.

“Pensemos na absurda ‘normalidade’ com a qual, em certos momentos e lugares, os eventos que acrescentam horror à morte são provocados pelo ódio e pela indiferença de outros seres humanos. O Senhor nos liberte de nos acostumarmo-nos a isso!”

Jesus nos ensina a não temer a morte, mas também a vivenciá-la de forma humana. Ele mesmo chorou e ficou turbado ao compartilhar o luto de uma família querida. A esperança nasce das palavras de Cristo à viúva que perdeu seu filho: “Jesus o restituiu à sua mãe”. “Esta é a nossa esperança, que o Senhor nos restituirá todos os nossos caros”, disse o Papa.

Se nos deixarmos amparar por esta fé, a experiência do luto pode gerar uma solidariedade mais forte dos elos familiares, uma nova fraternidade com as famílias que nascem e renascem na esperança. Esta fé nos protege seja do niilismo, seja das falsas consolações supersticiosas e nos confirma que a morte não tem a última palavra.

Por isso, é necessário que os pastores e todos os cristãos expressem de maneira mais concreta o sentido da fé junto às famílias em luto. E nos inspirar naquelas famílias que encontraram forças para perseverar na fé e no amor, testemunhando que o trabalho de amor de Deus é mais forte que a morte. “E lembremo-nos daquele gesto de Jesus, quando nos reencontraremos com os nossos caros e a morte será definitivamente derrotada.”


Fonte: Rádio Vaticano

“Laudato Si”: Lançada encíclica do Papa Francisco sobre a criação


VATICANO, 18 Jun. 15 / 07:06 am (ACI).- Foi oficialmente lançada nesta quinta-feira, 18, a nova encíclica do Papa Francisco, “Laudato Si, sobre o cuidado da casa comum”. O título, que significa “Louvado Seja”, remete ao ‘Cântico das Criaturas’ de São Francisco de Assis, religioso que inspirou o Pontífice na escolha do seu nome.

A apresentação do texto foi feita durante coletiva na sala de Imprensa da Santa Sé, da qual participaram o Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, o Metropolita de Pérgamo, John Zizioulas, representando o Patriarcado Ecumênico e da Igreja Ortodoxa; e o fundador e diretor do Potsdam Institute for Climate Impact Research, professor John Schellnhuber.

A encíclica, como disse o Papa Francisco no Angelus de domingo, 14, é direcionada a todos e aborda questões relacionadas ao cuidado com a criação.

O documento é dividido em seis capítulos e possui 192 páginas. Está disponível em italiano, francês, inglês, alemão, polonês, árabe, espanhol e português.

Para baixar a encíclica “Laudato Si” em português, acesse:

Fonte: acidigital.com