A
espiritualidade franciscana, em seus oito séculos de testemunho de fé e de zelo
com a natureza e com os mais necessitados nos ajuda a refletir sobre a urgente
necessidade de nos voltarmos para a vivência da autêntica oração. Vivemos em
uma sociedade marcada pelo medo e pela intolerância com o próximo. A violência
já é tão rotineira que se tornou normal assistirmos os telejornais como meros
telespectadores. Tudo parece tão distante de nós, quando na realidade tudo o
que é publicado na mídia está dentro de nós mesmos, em nossos lares, em nosso
ambiente de trabalho e até mesmo dentro da Igreja.
São
Francisco de Assis, com seu exemplo de vida nos ensina a importância de nos
desprendermos das riquezas e de tudo aquilo que aprisiona o homem, o egoísmo.
Saber cuidar é o grande legado que este homem oriundo da nobreza nos deixou. Deixamos
de ter respeito com a fauna e com a flora. Em nome da ganância destrói-se milhões
de hectares de terra para o plantio de monoculturas e para a expansão
descomedida da agropecuária, desapropriando os povos indígenas e ribeirinhos de
suas terras, expulsando-os de suas propriedades para a dura realidade do exílio
nos grandes centros urbanos.
O
desemprego é hoje o grande monstro que assola milhares de famílias, que
maculadas pela desqualificação profissional ainda enfrentam o descaso do poder
público com a educação, com a falta de saneamento básico, desvio dos recursos
da saúde, falta de moradia e etc. Diante de uma economia mundial, estagnada e
em frangalhos como vencer a grave crise existencial que destrói milhares de
famílias? Através da partilha, do perdão e do amor ao próximo. É preciso que
sejamos instrumentos da paz de Deus, como nos ensina a Oração de São Francisco.
Ao
celebrar a memória deste Santo, em 04 de outubro, comemoramos também o dia dos
animais e do meio ambiente. Saber cuidar da natureza é uma tarefa que envolve
toda a sociedade, sem distinção de pessoas. Por isso, como cristãos devemos dar
o exemplo de vida para que as pessoas que se acham no direito de agredi-la
tomem a consciência de que somos parte de um todo. Como denunciar abusos se não
damos testemunhos. Ser cristão é ter coerência com o que prega e com o que
vive. Não basta doar o dízimo, ir à missa todos os domingos. Se não tivermos
uma consciência humanitária e ecológica de nada valem os discursos e oferendas.
Por
isso, façamos dos festejos do nosso padroeiro um momento para reavaliarmos as
nossas condutas. Que renasçamos para uma vida nova. Que cultivemos as boas
ações que já praticamos e abandonemos os maus costumes. Festejar é deixar que a
alegria transborde em nosso espírito. Com um coração livre de chagas e estigmas
saibamos irradiar a Luz de Cristo para as pessoas que vivem sob a tormenta do
orgulho e do egoísmo. Um novo mundo, marcado pela a tolerância e pelo o
respeito e cuidado com o próximo ainda é possível. Depende da nossa mudança de
vida. Faça a diferença! Seja um cristão autêntico! Construtor da Paz e do Bem.
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