terça-feira, 14 de abril de 2015

Menino com câncer realiza um desejo incomum: ser sacerdote por um dia


Brett Haubrich, é um menino de 11 anos e padece de um tumor cerebral inoperável de terceiro grau. Quando a organização Make-A-Wish, famosa por conceder pedidos a crianças com doenças terminais nos EUA, lhe ofereceu um desejo, Brett não pediu visitar um parque de diversões ou conhecer um artista famosos, o menino fez um pedido inédito: Ser sacerdote ao menos por um dia.

A fundação Make-A-Wish (“Faça um pedido”), conhecida por brindar alegria aos menores de 3 a 17 anos, com graves enfermidades tem um longo histórico de fazer o possível e o impossível para atender os desejos dos pequenos, mas, o pedido de Brett os deixou perplexos.

Quando perguntaram a Brett, o segundo de quatro irmãos, qual era seu desejo, inicialmente não tinha nenhum. Mas quando ao perguntar o que ele queria ser quando crescesse, antes que ser médico ou engenheiro, na lista de Brett estava ser sacerdote.

A mãe do garoto, Eileen, entrevistada pelo St. Louis Review, o jornal da Arquidiocese de St. Louis, recordou que seu filho “não queria nada. Tiveram que seguir perguntando ‘onde você gostaria de ir? quer conhecer alguém? o que quer ser quando crescer?”.

Nesse momento o menino respondeu sem duvidar “o que realmente quero é ser sacerdote”.

A ideia inicial foi que Brett pudesse ajudar na Missa de um sábado pela manhã e para isso contataram o Pe. Nick Smith, mestre de cerimônias da Catedral de St. Louis. Para a alegria da mãe sua resposta foi: “Podemos fazer algo melhor que isso”.

“Por que não fazemos que venha na Quinta-feira Santa? Ele pode ajudar na Missa Crismal”, disse o Pe. Smith. A missa crismal é a ocasião em que os bispos consagram os óleos que serão utilizados nos sacramentos administrados nas suas dioceses e marca de maneira peculiar a reflexão sobre o sacerdócio, pois, em muitos lugares é ocasião para que os padres renovem suas promessas sacerdotais.

Junto ao Pe. Smith, durante a ligação da família de Brett, encontrava-se o Arcebispo de St. Louis, Dom Robert J. Carlson.

“Tudo aconteceu enquanto ele estava do meu lado”, disse o sacerdote, que assegurou que o Arcebispo estava “muito emocionado”. “Ele estava lançando ideias a torto e à esquerda: ‘façamos isto, façamos o outro’”, mencionou o Pe. Nick.


Brett participou tanto na Missa Crismal como na Missa da Ceia do Senhor, ajudando como coroinha. Além disso, Dom Carlson lavou-lhe os pés junto de outros 11 seminaristas.

O menino almoçou junto com o Arcebispo depois da Missa Crismal e jantou com os seminaristas na residência episcopal antes da Missa do Ceia do Senhor.
Foi o Arcebispo que teve as ideias do jantar junto aos seminaristas e do lavatório de pés.

O Pe. Smith preparou um programa para esse dia e o entregou pessoalmente a Brett, junto com uma carta assinada por Dom Carlson.

Apesar de seu temor de equivocar-se em alguma parte da Missa, o Arcebispo assegurou que Brett “se saiu muito bem”. Para o menino “foi uma experiência realmente genial”.

A mãe de Brett disse não estar surpreendida pelo desejo do menino de ser sacerdote, pois “durante anos ele amou a Missa e foi muito piedoso” . “Ele tem um coração tão bom. É um menino muito carinhoso”, disse sua mãe.

Por sua parte, Brett assinalou: “eu gosto de receber o Corpo e o Sangue” de Cristo.

A equipe de terapia St. Anthony que ajuda à família do Brett criou uma conta no site GoFundMe para compilar recursos para seu tratamento.

Na petição se recordou que embora “a cirurgia não é uma opção neste momento, estamos rezando para que a quimioterapia e a radiação reduzam o tumor”.



Papa Francisco: a paciência em suportar

                                                                                           Tony Gentile/Pool/Afp

Na missa matutina desta terça-feira (14/04), celebrada na Casa Santa Marta, Francisco advertiu que os cristãos não devem acumular riquezas, mas colocá-las a serviço de quem necessita.

O Papa centralizou sua homilia num trecho dos Atos dos Apóstolos que descreve a vida da primeira comunidade dos cristãos. O Pontífice destaca que existem dois sinais de “renascimento numa comunidade”. O primeiro deles é a harmonia:
“A comunidade renascida ou daqueles que renascem no Espírito tem esta graça da unidade, da harmonia. O único que pode nos dar a harmonia é o Espírito Santo, porque ele também é harmonia entre o Pai e o Filho, é o dom que faz a harmonia. O segundo sinal é o bem comum, isto é: ‘Não havia entre eles necessitado algum, ninguém considerava seu o que possuía’, estava a serviço da comunidade. Sim, alguns eram ricos, mas a serviço. Estes são os dois sinais de uma comunidade que vive no Espírito”.

O dom da paciência nas dificuldades

Trata-se de um trecho curioso, notou o Papa, porque “logo depois começam os problemas dentro da comunidade, como por exemplo, o ingresso de Ananias e Safira, que tentam “trapaceá-la”:

“Estes são os patrões dos benfeitores que se aproximam da Igreja, entram para ajudá-la e usá-la para os próprios negócios, não? Depois há as perseguições que foram anunciadas por Jesus. A última das bem-aventuranças de Mateus: ‘Bem-aventurados quando vos injuriarem e vos perseguirem por minha causa. Alegrai-vos. E se leem tantas perseguições desta comunidade. Jesus promete isto, promete muitas coisas belas, a paz e a abundância: ‘Tereis cem vez mais com as perseguições’”.

Na “primeira comunidade renascida do Espírito Santo – recorda o Papa – existe isso: a pobreza, o bem comum mas também os problemas, dentro e fora”. Problemas dentro, como “aquele casal de negociantes e, fora, as perseguições”. Pedro, contudo, diz à comunidade para que não se maravilhe diante das perseguições, porque é “o fogo que purifica o outro”. E a comunidade renascida do Espírito Santo é purificada justamente “em meio às dificuldades, às perseguições”. Existe, portanto, um terceiro sinal de uma comunidade renascida: “a paciência em suportar: suportar os problemas, suportar as dificuldades, suportar as injúrias, as calúnias, suportar as doenças, suportar a dor” da perda de um ente querido.

Não acumular riquezas mas administrá-las para o bem comum

A comunidade cristã, afirma ainda, “demonstra que renasceu no Espírito Santo quando é uma comunidade que procura a harmonia, não a divisão interna; “quando procura a pobreza”, “não o acúmulo de riqueza para si, porque as riquezas são para o serviço”. E quando “não se enraivece imediatamente diante das dificuldades ou se sente ofendida”, mas é paciente como o Cristo:

"Nesta segunda semana de Páscoa, durante a qual celebramos os mistérios pascais, nos fará bem pensar em nossas comunidades, sejam estas diocesanas, paroquiais, familiares ou tantas outras, e pedir a graça da harmonia que é mais do que simplesmente unidade – é a unidade harmônica, a harmonia, que é o dom do Espírito – de pedir a graça da pobreza – não aquela da miséria, da pobreza: o que significa? Que se eu tenho aquilo que tenho e deve administra-lo bem para o bem comum e com generosidade – e pedir a graça da paciência, da paciência”.

O Senhor, conclui Francisco, “nos faça entender que não somente cada um de nós recebeu no Batismo esta graça de renascer no Espírito mas também as nossas comunidades”.